31
de Março 2012
A cidade parou de dançar
A cidade parou de dançar todos pararam de dançar a
coreografia da cidade O peso é tremendo o vazio silencioso sufoca pressiona Não
tenho forças para correr mas é isso que me apetece fazer correr para bem longe
deste museu artificial onde me movimento Só isso me ocupa o espírito nada mais
A cidade inventou esta inércia organizou este pesadelo para meu tormento Avanço
na direção dos prédios que se encontram para lá do parque central da avenida
Sigo até essas torres circulares que ocupam metade da grande rotunda Talvez
consiga encontrar o Arsénio mesmo parado mesmo estátua As árvores na avenida
parecem surpreendidas por não as cumprimentar como é meu costume Hoje a cidade
vinga-se da minha amargura do meu colapso Resolveu empurrar-me definitivamente
para o lado mais escuro do abismo Mas eu quero continuar a conseguir
relacionar-me com os vivos
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